Em tempos tão dispersos, onde a multiplicação de seguidores em redes ganha dimensão exacerbada, a perspectiva do singular em Arte vai na contramão desse valor. O regime da singularidade, desde a época romântica, passa por um sistema focado no que privilegia o único, o fora do comum, o bizarro algumas vezes, que se destaca por ser singular, tanto em sua definição quanto no que concerne à sua valorização como peça sem cópia. Assim, pode-se afirmar que singularidade na arte ganha um novo olhar, ao assumir um certo grau de subversão ao reinventar-se e mesmo contrapor-se ao já existente, o artista indo além ao abrir e trazer para o mundo da criação novas possibilidades, sem estabelecer limites em sua performance.
O tempo com suas possibilidades, e os locais onde a criação se dá ao longo da história nos trouxeram períodos artísticos com suas peculiaridades e consequentes evoluções, porque os artistas sempre seguiram buscando algo novo para expressar desejos e sentimentos. Se a singularidade é efêmera nesse evoluir porque reflete condições sociais e materiais do homem, em cada obra está a individualidade da criação, mas também, a forma como quem a criou, relaciona-se socialmente e com a natureza. De alguma forma expressa o coletivo de seu tempo e do seu espaço, esse evoluir que nos marca. Na verdade nada é, tudo está sendo. Inclusive o ser artístico. M. Montezi / Curadoria |