O mundo da Arte permite a invasão de elementos subjetivos e projeções em rumos diversos, tornando possível perceber que toda a sua parte mais significativa está na dependência de metáforas criadas com formas e cores, que dão sentido à obra.
A busca do equilíbrio entre o eu, o mundo e a Arte, traz constantes inquietudes, sentimento nem sempre percebido pelo artista, em sua busca de criar algo inédito, só seu. O artista carrega uma espécie de egocentrismo criativo, algumas vezes de forma incômoda, em outras angustiante. O momento criador torna-se um peso que ao mesmo tempo o prende e o liberta ao apontar caminhos da obra que se vai surgindo, que escapa da compreensão racional, porque essa inquietude pertence ao desconcertante momento criador, único, uma espécie de pecado poético que é preciso vivenciar nas entranhas.
A vida consumada - o passado de cada um - está subliminarmente na obra, a visão de futuro também aparece na própria construção do todo. E é essa tensão harmônica ou não, esse novo que surge e que torna extremamente inquieto o transe criador.
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M. Montezi / Curadoria