Mali e Marlene se conheceram na escola onde eram professoras, que atendia crianças da Mangueira, num projeto piloto para comunidades do Rio de Janeiro. Juntas começaram a construir espaços de Arte para crianças acostumadas ao viés do samba, na famosa Escola Primeira da Mangueira. Escreveram pecinhas para representações teatrais e abriram o mundo dos fantoches para a meninada, desde a construção dos bonecos e montagem das cenas, até a criação das histórias a serem apresentadas com os bonecos produzidos. Tudo isso virou publicação com boa aceitação pelos colegas de outras escolas do projeto. Na verdade, era uma participação coletiva, nesse mergulho no fazer Arte que proporcionou às duas artistas grande prazer e uma real escola pedagógica e de vida.

Os anos passaram, o prédio da escola não resistiu ao tempo, a vida as levou a outras veredas e eis que, mais uma vez, a Arte as coloca em conexão. Mali, nome artístico de Maria Alice Santos, pintora naif consagrada, e Marlene com suas abstrações geométricas, trazem seus trabalhos para uma exposição virtual muito especial, num momento em que a pandemia, que parecia quase debelada, volta a nos surpreender.

A Arte as reencontra, reaproxima, mostra que vale sempre a pena abrir canais de levar suas criações a muitos, como antes o fizeram o teatro e a música na escolinha simples da Mangueira.

Aqui Mali e Marlene estão de volta para mais uma parceria de vidas, revivendo momentos onde a Arte foi e segue sendo a grande presença!

M. Montezi (Curadora)