Xico Chaves


XICO CHAVES

Francisco de Assis Chaves Bastos - Xico Chaves - é formado em Artes e Ciência da Comunicação pela Universidade de Brasília e Centro Universitário de Brasília, com Notório Saber em Artes Visuais pela Universidade de Brasília / UnB. Artista visual, poeta e mediador cultural, Xico vive no Rio de Janeiro, e participou de diversos movimentos poéticos e artísticos contemporâneos e exposições, no Brasil e exterior.

Possui letras de música gravadas por diversos parceiros e intérpretes, como Geraldo Azevedo, Jards Macalé, Boca Livre, Zé Renato, Elza Soares, Nara Leão, Sá e Guarabira, Cláudio Nucci, Marlui Miranda, Elza Maria, Leila Pinheiro, Caetano Veloso, Vinícius Cantuária, Antonio Adolfo, Oswaldo Montenegro, Beto Guedes, MPB4, Roberto Menescal, Lenine, Mario Adnet, Alberto Rozemblit, Olivia Byngton, Céu da Boca, Quarteto em Si, Luiz Melodia.

Tem se dedicado às linguagens multimídia em arte contemporânea, pesquisa a utilização de pigmentos minerais em artes visuais. Realiza trabalhos de criação artística em TV, vídeo, fotografia e poesia visual. Participou a partir dos anos 80 até os dia de hoje de exposições temáticas e coletivas junto a diversos artistas, dentre eles Cildo Meireles, Amélia Toledo, Lygia Pape, Waltércio Caldas, Guto Lacaz, Nelson Felix, Bené Fontelles, Luis Hermano, Tomie Otake, Marcia X, Ronald Duarte, Manfredo de Souzaneto, Wagner Barja, Hélio Oiticica, Wladmir Dias Pino, Rubem Valentin, Paulo Brusky, Anabella Geiger, Sonia Andrade, Ana Vitória Mussi, Ricardo Ventura, Beatriz Milhazes, Luis Alphonsus, Marília Kranz, Luiz Áquila, Ricardo Basbaum, Augusto de Campos, Adolfo Montejo, Cristina Pape, Cesar Oiticica Filho, Omar Salomão, Jorge Duarte, Domingos Guimaraens e diversos outros artistas e poetas de várias tendências e períodos.

Participa ativamente do carnaval de rua do Rio; refunda, com outros artistas, o histórico Cabaré Kalessa, na Praça Mauá; intensifica sua produção de artes e poesia visual, lança o livro Da Paulicéia à Centopeia Desvairada - As vanguardas e a MPB, em parceria com Sylvia Cyntrão e o Manifesto a Favor. Possui obra incluída na exposição internacional itinerante The Millenium Art Collection.

Na administração pública coordenou e dirigiu projetos culturais nacionais e internacionais, foi diretor da Divisão de Audiovisual do Governo do Rio de Janeiro, assessor especial e curador do Museu Nacional de Belas Artes, coordenador de eventos, professor e diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, onde implantou projetos expositivos de repercussão no pais e no exterior, e criou a Rede Nacional Artes Visuais, o Programa Conexões Artes Visuais e o programa de edições contemporâneas, em vídeo, livros, DVDs e CDROM. Foi coordenador da Assessoria Especial da Presidência da Funarte, onde dirigiu o programa Microprojetos Mais Cultura Funarte/Minc/SAI, dirigido à região do Semiárido e Amazônia Legal. Foi Diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte por duas gestões. É representante junto ao Conselho da Fundação Oscar Niemeyer e membro do Conselho de Curadores do Museu Nacional de Belas Artes.

Realizou diversas exposições individuais no Brasil e exterior, desde a histórica exposição Como vai você geração 80?, na EAV. Possui obras em acervos de colecionadores e de diversos museus, dentre eles MNBA(Rio), MASP(SP), Museu de Arte Contemporânea/MAC(SP), Museu de Arte de Brasília (MAB0) e Museu da República-DF, e obra permanente no mezanino da Estação do Metrô SP - Pça da República. Possui Livro publicado em 2011 pela OI Futuro sobre sua trajetória.

EXPOSIÇÃO SOLOTRANSIÇÃO | XICO CHAVES - Setembro de 2017

Solotransição, título dado por Xico Chaves à sua primeira exposição em galeria particular desde 1989, é esclarecedor, já que aponta não somente para as transformações ocorridas em seu trabalho neste período, como, também, para a consolidação do eixo poético que nucleia seu processo criativo.

O trabalho de Xico Chaves vem se desenvolvendo desde os primórdios dos anos 70 em torno de questões recorrentes, como o interesse pela experimentação de linguagens e meios técnicos de natureza diversa. Mas ao lado dessa vertente experimental voltada para a reconstrução poética da vida contemporânea por meio de ações multimidiáticas, Xico vem produzindo pinturas e objetos cujo silêncio difere da ruidosa fricção entre arte, palavra e mídias técnicas tão característica de sua obra.

Tal polarização entre o silêncio de um ofício ancestral, como a pintura, e a articulação narrativa da crítica política e ideológica aos meandros obscuros do poder institucionalizado - por meio de interlocução alternativa com a cultura popular urbana brasileira - configura, esclarece e justifica a liberdade de Xico ao editar poesia e visualidade, tecnologia e artesanato, articulando-os em rede.

Há, portanto, uma contiguidade coerente entre o fazer manual da pintura e o apreço de Xico pela potência temático - semântica das novas tecnologias da imagem (da fotografia à computação). Característica que nos permite afirmar que o núcleo investigativo de qualquer obra sua resulta do afloramento crítico do que os discursos sobre a arte e a sociedade costumam velar.

Toda a pintura do artista, desde as séries mais antigas - como as da Nova Matéria, da década de 80 - às mais recentes – como as da série The Big Bang (2017), foi produzida com minerais, pigmentos naturais e resina acrílica, com o intuito de tornar visíveis os materiais de que são feitas, de trazer à superfície da Terra, suas entranhas. Há aqui, sobretudo, a intenção de revelar essa potência invisível (posto que oculta) pelo simples ato de trazê-la à luz, tornando-a aparente (e acessível ao olhar).

Tais pinturas e objetos, portanto, não buscam seu sentido nem na palavra, nem na imagem figurada, mas no teor semântico inerente aos materiais neles utilizados. Expostos numa ordenação compositiva mínima, estes materiais parecem evocar simbolicamente um âmbito fundamental e permanente (mas não ontológico) que precede, e sobreviverá por milênios ao contexto histórico em que vivemos e onde hoje Xico decisivamente atua.

Por estas razões, a despeito parecerem abstratos, esses trabalhos podem ser tomados, inversamente, como âncoras poéticas do processo criativo experimental de Xico Chaves. (Fernando Cocchiarale)


OBRAS

Série marés/2016
120 x 140 cm
Minerais, pigmentos naturais e resina acrílica s/tela
Preço sob consulta



Série marés/2016
130 x 150 cm
Minerais, pigmentos naturais e resina acrílica s/tela
Preço sob consulta



Série marés/2016
50 x 50 cm
Minerais, pigmentos naturais e resina acrílica s/tela
Preço sob consulta



Série marés/2016
60 cm x 100 cm
Minerais, pigmentos naturais e resina acrílica s/tela
Preço sob consulta



Livro de Pedra
28 x 22 x 4 cm
Minerais, pigmentos naturais/minério de ferro, resina acrilica e vidro sobre livro petrificado.
Preço sob consulta.







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