Vale destacar que é através de percepções ao longo da vida, que o indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio e o que dele faça parte. No caso do produto artístico aqui apresentado, ou seja, a exposição Percepções, vista como um todo e em cada elemento que a forma e constitui, mesmo entendendo que cada trabalho possa diferir da ideia original que tinha o artista ao criá-lo ou que lhe tenha servido de base, surgem novos personagens – os espectadores – constituindo novo universo. A forma como cada um deles percebe, vê, absorve, acrescenta ao seu mundo, apreende e internaliza o fato pictórico, interagindo livremente com o artista através de sua obra, apresenta-se indiscutivelmente como um momento único bastante rico.

Se a percepção (do latim perceptione) descreve o ato, efeito ou capacidade de perceber alguma coisa, ao longo da vida, constituindo-se num aprendizado permanente, uma cultura, uma experiência que se desenvolve durante o processo de diálogo da pessoa com o mundo, aqui há muito que apreender.

A coletiva PERCEPÇÕES, além das pinturas em diferentes suportes e técnicas, reúne obras em 3 dimensões, o que, por si só, estimulará diferentes sentidos. A arte holográfica cria estruturas coloridas tridimensionais de luz no espaço, tendo conexões com fotografia e cinema, gráficos, pintura, instalações e esculturas. As cores da holografia não são causadas por pigmentos de cor como as pinturas em exposição, mas por um efeito especial da superposição de ondas de luz. Assim, a forma como o visitante deverá se posicionar diante de um holograma será especial e diversa, um novo aprendizado em sua escalada de percepções da Arte. PERCEPÇÕES reúne pinturas em diferentes suportes dos artistas brasileiros Ernesto Ventura, Evandro Oliveira, Mônica Chefer e Rita Brasil, e hologramas do alemão Jürgen Eichler, na busca de desvelar mundos artísticos distintos aos seus visitantes, numa troca criativa entre estímulos sensoriais, culturais e de vida.